NOVO SISTEMA EDUCACIONAL: ESTAGNAÇÃO NO ENSINO, TURMAS SUPERLOTADAS


Tomando a realidade angolana, percebe-se que, mesmo havendo uma reforma educativa que se propõe melhorar o ensino no país, não são poucas as dificuldades que enfermam o sistema educativo. À laia de exemplo, apontam-se as condições físicas e de trabalho submetidas aos professores e o elevado número de aluno por turma.

Relativamente a avaliação, tem-se no sistema de avaliação das aprendizagens um conjunto de procedimentos de que os professores se servem para realizar a avaliação na sala de aula, sem que o mesmo leve em conta variáveis consideradas, também, importantes na prática avaliativa, a exemplo do tempo que os professores podem levar para avaliar, o número de alunos por turma e a relação entre ambas no trabalho pedagógico.
Obviamente, estas são algumas variáveis a considerar quando a questão tem a ver com a avaliação para a aprendizagem.
Nota-se que antes da actual reforma educativa, no que concerne ao número de aluno por turma, não houve mudanças, ou seja, as turmas ainda continuam superlotadas em todos os subsistemas do ensino geral.
As turmas registam mais de 50 alunos, e em alguns casos 100 alunos por sala, incluindo em Escola que forma professores. Com efeito, levantam-se questões relativas à eficiência do próprio sistema de avaliação das aprendizagens, por exemplo: como avaliar o aluno para aprender tendo turmas superlotadas? Qual a real avaliação proposta pela reforma? É uma reforma que realmente busca promover a aprendizagem?
Uma das consequências das turmas superlotadas é a exclusão ao ensino e à aprendizagem que concorrem a situações negativas externas mas implicadas à escola e a situações negativas internas à escola como, a fraca qualidade no aproveitamento escolar.
Com turmas superlotas é menos provável o professor conhecer ou identificar as necessidades singulares dos alunos no processo de ensino e aprendizagem e ser mais prestativo.
Com isso, é indispensável os actores do ensino (professores, alunos, pais, sociedade civil) constituírem mecanismos influenciadores aos responsáveis pela educação no país com vista a desconstruir o sufoco à escola e ao professor com vista a um ensino melhor.
Embora se considere que, quanto menor o número de alunos por turma maior é a possibilidade de serem muito bem acompanhados na promoção das suas aprendizagens, em pesquisa realizada (Alfredo, 2012), com professores formadores na Escola de Formação de Professores do Lubango (Angola), ficou identificado divergências em relação ao número de alunos por turma para realizar-se boa avaliação das aprendizagens do aluno.
A maior parte dos professores formadores de professores, entende que as turmas deviam ter de 20 a 30 alunos, outros propõem turmas de 30 a 35 alunos e o terceiro grupo considera que as turmas deviam ter de 40 a 45 alunos.
Curiosamente, independentemente destas divergências, as razões que as sustentam são, praticamente, similares. Os professores destacam que, com estas propostas a avaliação fica facilitada, acompanha-se melhor a progressão dos alunos, pode-se controlar melhor os alunos, os objectivos podem ser mais facilmente alcançados.
Portanto, não é consensual o número de alunos por turma com vista a facilitar à prática avaliativa para a aprendizagem e relevar os seus processos. Entretanto, recomenda-se à compreensão sobre a operacionalização da avaliação para a aprendizagem e suas funções no processo de ensino e aprendizagem.

3 comentários:

  1. Quanto menor o número de alunos por turma, melhor será a qualidade de ensino, claro adicionadas outras condições ainda em falta no precário sistema de ensino de Angola.

    E por incrível que pareça, é do conhecimento das autoridades de direito, toda a tralha que se vive hoje no ensino em Angola. Ainda assim, entendemos que nem tudo é lixo. Há um enorme trabalho a ser feito que exige tempo, recursos humanos e materiais e acima de tudo vontade política.

    Parabéns pelo artigo e continua nessa força. Onde não existem facilidades de edição e publicação esse é o meio de sobrevivência de um intelectual proactivo "publicação de reflexões nas redes sociais"

    Um abraço.

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    1. Alexandre, obrigado pela participação. Outro abraço para ti!

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    2. Considerar viável uma turma do ensino fundamental com mais de 30 alunos é desconhecer o que se passa dentro de uma sala de aula. Humanamente impossível de fazer um trabalho de vergonha, agora se o objetivo é mostrar números de meninos dentro de uma sala com dois ventiladores quebrados, então, troca o nome de escola para qualquer coisa. Uma vergonha!

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