PAPEL SOCIAL DAS INSTITUIÇÕES SUPERIORES FACE AO COMBATE A VIOLENCIA E A EXCLUSÃO SOCIAL EM Morin(2003)

As potencialidades técnicas, académicas e científicas com que se deve guiar um académico para poder intervir na sociedade com qualidade e como um cidadão sempre preocupado com a procura do bem humano devem assentar no tipo de sociedade que se pretende construir.
A educação hoje, nas suas mais variadas acepções apresenta-se como um desafio às competências e habilidades. Daí que, os conhecimentos sobre os quais nos apropriamos podem ser negados ou actualizados em função da dinâmica dos acontecimentos e das necessidades que se impõem. A educação superior deve outrossim, ensinar não apenas a acumular o conhecimento pela prática da leitura, pelo diálogo dos actores do processo ou pela pesquisa, como também esforçar-se em revolucionar o reportório ostentado.
O exercício de se sobrepor a um novo ser e estar em função de um contributo profícuo ao exercício da cidadania pressupõe determinação e coragem. Esta visão deve ser orientada com vista a essa competência. Ademais, a actividade científica para a sua proficiência deve ser educativa.

Quando se afere a problematização e os novos rumos a dar ao desenvolvimento no âmbito científico e tecnológico percebe-se que se abre a necessidade da não dissociação do científico ao tecnológico ou seja os aspectos tecnológicos mostram-se ao serviço da dimensão científica sem no entanto parecer haver uma alienação desta última a primeira. Aliás, o questionamento dos estudos científicos tem proporcionado a percepção da natureza e do valor da própria tecnologia.
Conferir uma relação dialéctica do passado, presente e do futuro na educação, atribuí alguma estabilidade ao pensamento e as acções a tomar fruto aos questionamentos e as situações testemunhados, lançando desta feita, a garantia em cada momento do tempo os acontecimentos numa linha encadeada e proporcionar uma prática dialogante permanente.
A maneira de pensar a educação deve se coadunar com as necessidades dos tempos, e isso pressupõe estar-se em altura das mudanças. As instituições de ensino superior devem jogar uma função enorme na preparação das pessoas criando uma política de intervenção aberta.
É evidente que a actividade da universidade considera-se completa quando repousa na tríplice Ensino, Pesquisa e Extensão. A articulação destas actividades proporciona à universidade o seu verdadeiro papel para a sociedade.

Na questão em foco, destaca-se o lado social da universidade, a extensão, e é sabido que esta actividade torna-se valiosa na medida em que se vai buscar à sociedade as preocupações que lhe são inerentes. E uma vez estudadas dispõem-se a retransmissão com o propósito de conferirem soluções às diversas preocupações.
Também é tarefa da universidade ou de instituições de ensino superior no âmbito das suas actividades extensionistas estabelecer cooperação com organizações de vária índole, sobretudo, aquelas vocacionadas a acções sociais, oferecendo pesquisas de viabilização para educar, sensibilizar as populações para a tolerância zero a todo tipo de violência. Esta é uma actividade delicada que requer um conjunto de acções redobradas.
Quanto ao papel das instituições superiores face a exclusão social, refira-se que o surgimento de várias instituições superiores tem facilitado em parte o acesso a este nível de escolaridade, porquanto, as opções se mostram diversificadas. Essa democratização do ensino superior apresenta-se em certa medida como garante a não exclusão.
A ponderação do fenómeno de exclusão social não reside apenas nas opções que podem ter, mas também, na qualidade que as instituições superiores vão apresentando, e nesse particular a responsabilidade recai inicialmente no tipo de professor a credibilizar a instituição e a seguir no conjunto de condições que possam assegurar um desempenho consequente a instituição.
Por Francisco Caloia

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