A UNIVERSIDADE POR UMA IDENTIDADE NA INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA

Este é apenas o resumo da minha comunicação relativa à participação da 1ª Confêrencia em prol do desenvolvimento das províncias de Benguela e Kuanza-Sul a realizar-se de 16 a 18 de Junho de 2010 em Benguela (Angola), com o título " A universidade por uma identidade na investigação científica".  Foi enquadrada no painel: "Universidade, sociedade e desenvolvimento".

A presente comunicação circunscreve a realidade da universidade pública em Angola, cujas reflexões discorrem do ponto de partida da realidade, fundamentalmente, dos docentes da Faculdade de Letras e Ciências Sociais e da Faculdade de Ciências da Universidade Agostinho Neto (UAN).
A falta de uma identidade própria no domínio da investigação científica nas unidades orgânicas e na Universidade no geral do país, é motivo de indagações frequentes quando se quer falar de desenvolvimento do país, quando se quer falar da contribuição da Universidade na resolução de muitos problemas sociais.
É nesta ordem de ideias que se pretende partilhar aquilo que constitui entrave aos docentes e da Universidade de forma global em relação a investigação científica, pois, não há ensino de qualidade longe da investigação científica. E toda e qualquer Universidade que não se assenta na investigação científica não tem identidade, não conquista respeito social.
Sendo a Universidade um lugar de elite, esta, enquanto não produzir estará a adiar a sua identidade e pode ser designada como Universidade arcaica.
É óbvio que, há um conjunto de factores que concorrem para que a Universidade seja rotulada arcaica: da própria gestão dos meios aos quadros científicos.
Salienta-se que a responsabilidade do docente universitário é posta em causa quando este anda desavindo com a investigação científica, porquanto, esvazia-se sob o ponto de vista profissional.
Numa reflexão alicerçada em dados quantitativos junto à 44 docente da Faculdade de Letras e Ciências Sociais (FLCS) e 56 da Faculdade de Ciências (FC) ambas da UAN, procurou-se identificar e discutir os factores motivacionais dos docentes em relação a produção científica.
De acordo com esta representação, considera-se que, a produção científica na FLCS é nula na ordem dos 14%, é débil na ordem dos 50% e 47% dos docentes gostaria fazer investigação científica para contribuir no crescimento da ciência. Já na FC, 12.5% dos docentes considera nula a investigação científica na instituição e 37.5% considera-a débil. E nota-se que, a apetência dos docentes em querer dedicar-se a investigação é maior, o que representa 42% com o intuito de contribuir para o crescimento da ciência e qualidade do ensino. Assinala-se que a estatística acima apresentada resultou da pesquisa desenvolvida em finais do ano académico 2009.
Portanto, a Universidade de forma geral e em particular as faculdades não conseguem uma identidade própria tanto no ensino quanto na investigação científica porque as instituições e os docentes debatem-se com situações ligadas aos factores de higiene e de motivação ao trabalho, assim como, pela ausência de uma recompensa total consubstanciada numa remuneração básica, incentivos salariais e benefícios (salário, seguro de vida e de saúde e bónus).
Palavras-Chave: Universidade, Quadros científicos, Produção, Remuneração.
By Fr. Caloia ALFREDO
01.06.10

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